Vivendo e flutuando

É preciso muita coragem para apostar no amor, se lançar num sorriso sincero e se deixar levar por um brilho de um olhar. É muito mais fácil se recusar na intenção de evitar sentimentos que te deixam vulneráveis. É como se optasse por recusar a viver. Viver de forma mais bonita, mais feliz, mais natural. Deixar de viver por não se permitir, pelo medo da entrega e pelo receio do futuro incerto. Depois das vivências carregadas de frutos bons e ruins não vejo mais motivo para não haver entrega de forma intensa e natural. Cada experiência tem seu valor e sua consequência. Prefiro vivê-la de forma real e ainda assim com os pés altamente fora do chão.

Me leve

Sentimento bonito é bom. Saber amar e sentir o amor é essencial. Quando as afinidades são constatadas e os vínculos traçados, é difícil não se apegar ao que só te faz bem. Vontade que cresce e desejo que não acaba é fruto de carinho, atenção e dedicação. Mas as formas de amor tem sido tão banais e tão repetitivas que chega a ser enjoativo viver histórias iguais com protagonistas diferentes. Mentiras se multiplicam com carinhos dobrados e os desenganos são tantos que toda forma de riso já é satisfatória. Sem exigências e com suavidade,o amor tem que ser leve. E solto. Com brilho nos olhos é bom que seja enlaçado. E livre. Não me leve a mal, apenas me leve.

Por amor

Quando a gente se entrega a uma paixão de forma segura e confiante, sem focar o pensamento em tudo que não seja seguir adiante com firmeza, a relação tende a ser mais emocionante, mais ardente e mais digna de ser levada a sério. No embalo da emoção, acabamos cedendo aos encantos e nos tornamos mais vulneráveis e sensíveis sem nem sequer perceber. A beleza do olhar, o brilho do lábio, o cheiro marcante...tudo faz (re)lembrar os momentos que marcam e explicam o poder da grande saudade. É fácil permitir fluir quando a vontade de seguir em frente fala mais alto. Não há medo de se enganar ou se decepcionar. Aqui só tem amor. E se for por amor, a gente capricha e deixa. Deixa acontecer para aprender e amadurecer. Deixa durar, para ser feliz e sentir o gosto do que faz bem.

Adiante

Não é como antes, quando o teu veneno disfarçado inibia o que eu tentava ver em meu reflexo. É preciso desapegar de tudo o que ofusca a visão. Quero ver além. Não adianta tentar insistir em erros óbvios nem continuar desgastando o que não tem mais sobra. Nem todo fim é triste. Às vezes a descontinuidade te livra de conseqüências tristes e te abre portas para caminhos mais interessantes. A rotina e a comodidade acabam te deixando preso a algumas opiniões que lhe cegam de tão convincentes e únicas que aparentam ser. Não é porque se tem uma amizade perfeita que deve se privar de conhecer os arredores. É preciso olhar adiante, desencanar um pouco e abrir espaço para novas experiências. Ás vezes as imagens que estão perto demais acabam ficando embaçadas e borradas, o que nos priva de ver  os passos a nossa frente.